A Mídia...e seu verdadeiro papel...
A grã mídia dominante trabalha
ordinariamente contra a evolução natural da democracia real. A que busca as melhores condições coletivas; isto é: para todas as classes.
Fantasiando-se de imparcial, mas servindo mesmo aos fins inconfessos
dos exploradores humanos; constituídos pela minoria poderosa dos egóticos e privilegiados do capitalismo.
Esta Mídia corporativa também lhes pertence. Velada, e
às vezes de forma explícita, contribui decisivamente para bloquear os necessários
e almejados avanços sociais e históricos. Isto; longe de surpreender, apesar de ainda
conseguir absorver mentes ingênuas e desinformadas; se presta essencialmente à sua condição instrumental, no grande balcão de negócios do sistema autofágico e predador.
Economicamente, o neoliberalismo financeiro, gerou neste século 21, uma crescente
insatisfação para a maioria dos povos do planeta; e só mantem sua sobrevivência hegemônica dominante, pelo agressivo aparato militar, mas principalmente pelo
poderoso controle ideológico; este último
executado por uma mídia vil e mercenária, que sempre oculta e tange-versa como pode, as principais questões da sustentabilidade planetária. “A convivência nunca harmoniosa
entre democracia e capitalismo avança para um estágio de
antagonismo aberto na crise das finanças desreguladas que se arrasta desde 2008. As marcas se
sucedem a desmentir os teóricos da endogamia entre produção de mercadoria e de
cidadania; entre livres mercados e liberdade humana.”
Vivemos o momento dramático do financismo tecnológico, que
prega um modelo unânime ao mundo, (predador de matérias-primas, não
renováveis e em franca extinção); estimulador do consumismo frenético e irresponsável, parodoxialmente supérfluo e lucrativo, o qual ameaça à
sobrevivência futura da vida humana sobre a Terra.
Na política, o neoliberalismo e a democracia real, se
contradizem radicalmente, e se incompatibilizam quanto à paz, e a evolução
humana. As seguidas guerras promovidas
pelo bloco central do império financista, são uma necessidade indispensável para manter o seu
projeto dominador. Neste inicio de século, os EUA vem demonstrando isto
explicitamente. Expondo nesta contradição, sua célere decadência histórica.
Utilizando-se cada vez mais de processos desumanos e cruéis,
da Hi-tec ligados a destruição de vidas humanas e dos animais e do meio ambiente; conscientes de
que são os únicos meios que lhes restam para que a lona do circo do capital
globalizado continue em pé.
Entretanto, na economia, chegamos ao ponto de termos um
planeta esgotado (em especial de recursos energéticos) e com seus recursos
naturais básicos altamente contaminados (água,ar), pelas práticas insustentáveis, e provocadores do ponto de vista ambiental; e hoje, o exaurido planeta-mãe, literalmente,
clama por água.
Mas a roda do
“desenvolvimento” tem que girar. O “show
must go on”...
Na corrida ao ouro proposta há séculos pelo eurocentrismo mercantilista, o qual se iniciou, (e que tende também a findar-se
assim) pela força das armas, assistimos acorrentados pelos ideólogos midiáticos seu trajeto histórico trágico, eufemisticamente denominado “progresso”, que vem desde o genocídio bárbaro de civilizações primitivas, (indígenas americanos
do sul e do norte do continente) estigmatizados como povos atrasados e
selvagens por não possuírem na sua cultura,
a noção do acúmulo; passando pela vergonhosa extradição desumana, do vil seqüestro para a comercialização escravocrata dos negros africanos; e por fim no extermínio colonial de milhões de seres da raça amarela. O
que predominou sempre foi a intransigente ganância, sobre qualquer outra alternativa
que não seja a busca do lucro.
Com o colapso da experiência do socialismo real, no final século
20, o capital que já é amoral, tornou-se mais totalitário e soberbo, e não admite outra via.
Decretou-se até o “fim da história”, como pretensão de se
eternizar numa única via possível da sobrevivência humana.
Politicamente, essas reflexões, estão longe de qualquer consenso racional, pois o decantado consenso de Washington
da “nova ordem” mundial, prefere perecer do que ceder em sua essência.
Leo Huberman, no final do seu didático e ontológico “História
da Riqueza do Homem”,
Pergunta-nos, se “desistirão
eles do açúcar?”...
Mas quem são ELES? E de qual açúcar nunca desistem?!...
“Comparando a atual plutocracia dominante, (a qual nos
gerencia de Wall Street); há muita semelhança com uma espécie genuína de símios
africanos, pela forma como caem na estratégica
cilada feita por seus caçadores: os quais colocam um coco ‘isca” preso a uma pedra,
recheando-o de torrões de açúcar, neste coco abrem uma pequena fenda, que permite
apenas a entrada da mão espalmada; porém ao enfiá-la lá, e sentir pelo tato que
tocam num cobiçado torrão de açúcar, estes símios, na sua ingênua ganância em querer
obtê-lo a qualquer custo, fecham a mão e, literalmente, não a abrem mais nem com a aproximação dos seus algozes, que facilmente os capturam.
Penso que estamos vivenciando este momento crucial do processo civilizatório.
O que a grande mídia patronal denomina de “crise
mundial”; sempre existiu estruturalmente no sistema produtor de mercadorias e lixo poluidor. Entretanto nos aproximamos rapidamente do ponto em que a
continuidade dos cíclicos processos destas crises, implica na imposição crucial
de decisões, improváveis de serem tomadas favoravelmente. A barbárie do capital
traz o irracionalismo. É o reino do egoísmo competitivo a da cegueira ao bem estar coletivo.
É a
ganância levando a inevitável derrocada.
Usando uma linguagem financeira, ao tom do dicionário
mercantil, está acontecendo no atual momento histórico, “mais perdas do que ganhos”...
é isto já é perceptível não só aos setores mais racionais,
e estratégicos, que planejam os lucros futuros.
Alguns dos seus ideólogos de plantão (os eternos “apertadores de
parafusos” das estruturas) já falam em “reinventar”
o decadente sistema econômico ...outros, numa necessidade urgente, em “repensar os modelos aplicados até agora”,
etc..
Entretanto, à medida que vai se furando o véu dos
bloqueios e das blindagens protetoras arquitetados pelo porta-voz oficial desta plutocracia,(a mídia internacional) que os
justificam, e luta cotidianamente para manter viva, as ilusões impostas; porém
as próprias contradições desta iníqua engrenagem, faz com que os deserdados
enxerguem, cada vez mais, as brutais diferenças das desigualdades sociais, e
das enormes injustiças geradas, da desproporcional distribuição das riquezas coletivamente
produzidas (o 1% x 99%); a verdadeira causa da permanente “crise”.
Os protestos populares aumentam no próprio centro do
capitalismo.
As massas exploradas, não mais apenas as populações
periféricas do sistema, manipuladas e espoliadas em seus direitos básicos, vão
se conscientizando no dia a dia pelas turbulências oscilatórias , de que por
mais que tudo tenha evoluído histórica e tecnologicamente, se revestindo até de
um falso verniz humano, o sistema da propriedade privada dos bens de produção,
sempre manteve o seu calcanhar de Aquiles, que seus teóricos sabujos chamam até
de sagrado: que é o direito individual da propriedade, (mesmo as de funções
sociais claramente coletivas )
Mas recordemos que na história da humanidade moderna, os déspotas
absolutistas, esclarecidos ou não, também proclamavam por bocas de aluguel maquiavélicas,
a auto-justificativa de que estavam lá, entronados nos seus privilégios, pela “vontade
divina”, até que um dia, suas cabeças adornadas com belas coroas e perucas, rolaram...
As razões do lobo só prevalecem, dependendo do ângulo dominador de que
se narra a fábula...
Porém um dado é inconteste; a construção da pirâmide
capitalista foi erguida sobre o suor de gerações dos oprimidos, de muito sangue rolado,
e da infame exploração inter humanas, com o predomínio absoluto dos mais fortes, do darwinismo social expandindo ao ponto acumulativo criado entre
proprietários e proletários, de surreal placar de 1% X 99% ...
Se atualmente somos sete bilhões de seres no planeta (com um
bilhão e duzentos milhões de famélicos)...e as contradições estão num crescendo
geométrico, assistiremos ainda muito o enfadonho e vergonhoso trabalho ideológico construindo didaticamente muros para continuar o ilusionismo dominante, freando a insatisfação da choldra crescente dos deserdados, subjugados diante do secular
domínio escravocrata, conservado militar e ideologicamente pela minoria poderosa.
A única certeza que temos do papel da mídia patronal, sempre
travestida de ética, é o de sê-la a grã deseducadora oficial, procurando sofisticar-se cada
vez mais, com novas tecnologias, para iludir e subjugar as massas trabalhadoras
cativas, numa vã tentativa de evitar a queda da já trincada bastilha
globalizada, postergando-se ao máximo, o que já se evidencia num horizonte próximo como
inevitável...